quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dividindo tarefas com os filhos






Pais saudáveis preparam seus filhos para arcarem com as suas responsabilidades. Com o passar dos anos, os pais devem delegar à criança o poder de se cuidar. Isso é muito diferente de abandonar totalmente o filho para que ele se vire sozinho.


Nada é mais gratificante para a criança do que a sensação de ser capaz de realizar algumas coisas, principalmente quando o benefício é para ela mesma. Ela estampa no rosto um ar de vitória quando se veste sozinha, amarra o tênis, pega um copo de água. Cada realização para ela é um aprendizado.

O que caracteriza a auto-estima é a capacidade de gostar de si mesmo por conseguir realizar suas vontades e necessidades. Essa auto-estima difere da auto-estima gratuita, que provém do fato de ser amada por seus pais. Não adianta nada se sentir amada pelos pais se ela não se sentir capaz de merecer seu próprio elogio por ter sido capaz de satisfazer suas vontades e necessidades.

Cabe aos pais, delegar a criança tarefas que ela já é capaz de cumprir. O que ela aprendeu é dela. A mãe deveria ficar orgulhosa pelo seu crescimento, em vez de sentir-se lesada por não ser mais útil.
Então, a criança vai crescendo e as tarefas podem se tornar mais complexas na medida de suas capacidades. É importante se conscientizar que ela não tem a pressa do adulto para executar algo, afinal ela está aprendendo. Também lembrar que a perfeição não é algo que possa ser cobrado. Atropelar a criança transmite a ela a sensação de incapacidade.
A responsabilidade é consequência da confiança que a mãe depositou no filho para a realização de algo que lhe cabe naturalmente. A mãe reconhece a capacidade, passa a contar com a colaboração da criança e por sua vez esta incorpora a tarefa como sendo algo importante e bom.
Por exemplo: escovar os dentes sozinho, quanto mais a mãe permitir que o filho brinque com a escova, assumindo a tarefa de finalizar a limpeza dos dentes, tanto mais a criança terá prazer disso. Mas, escovar os dentes pode virar um castigo quando o adulto não tem paciência de esperar o fim da brincadeira. Pior ainda, se usar a escova de dentes como uma arma, que invade a boca da criança.


Os filhos maiores -Quando a mãe executa para o filho maior algo que ele já é capaz de executar sozinho, ele deixa de exercer sua capacidade e dentro de si registra a mensagem: "Eu sou capaz, mas porque vou fazer se minha mãe faz para mim".
O mecanismo da folga é, no começo, uma malandragem consciente que em pouco tempo se transforma em hábito. Com frequencia, a criança não se vê folgada. Sente-se, ao contrário, lesada quando a mãe deixa de fazer o que sempre fez por ela. Depois, passa a cobrar como fosse dever da mãe.

Rapidamente esta falta de limites começa se estender para outras áreas: tarefas escolares não cumpridas, desorganização de seus pertences, falta de cuidados com sua higiene pessoal, etc. Mais tarde na juventude, má administração financeira, desorganização, e descontrole de sua rotina.

O que fazer para reverter a situação?

É preciso uma reformulação familiar para se alterar este esquema. Enquanto houver quem se sufoque pelo folgado, sua folga será mantida.



Você pode ler mais sobre este tema no livro - "Disciplina: Limite na medida certa" de Içami Tiba

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