sexta-feira, 29 de abril de 2011

Abaixa a irritação








Como entender a irritação? Ninguém acorda irritado gratuitamente. Sempre existe uma causa; pode ser uma situação que se instala naquele momento, ou algo que já vem se acumulando a mais tempo.
Podemos dizer que uma irritação constante com os mesmos ou semelhantes fatos pode tornar-se uma neurose. Calma, não se irrite com este diagnóstico! Tenha paciência... Leia mais estas poucas linhas para entender. Este tipo de neurose surge quando a pessoa acha que tudo deveria acontecer como ela quer, e não como as coisas são, principalmente nos relacionamentos humanos. Esperar que o outro aja sempre como você imaginou é realmente querer viver irritado. Ninguém pauta constantemente suas ações pensando em como você faria isto ou aquilo. E se existir alguém assim, que jamais age de seu próprio modo, certamente sofre de outro tipo de neurose, talvez mais grave que a sua.

Não dá para impor sempre o seu método aos outros e também não se pode viver eternamente submetido aos caprichos alheios. A humanidade vive melhor quando sabe aproveitar bem as diferenças e se enriquecer com elas, em vez de combatê-las.

Seria também muito pobre o homem pensar que poderia viver somente com suas as próprias verdades. Isso lhe traria monotonia e uma consequente depressão. A propósito, esta depressão nada mais seria que raiva (ou irritação) engolida. Ela gera insatisfação que faz parte desta depressão e torna a pessoa mal-humorada e irritável. Esta irritação não desaparece simplesmente. Ela se transforma em sintomas psicossomáticos (gastrite, pressão alta, alergias, asma, etc) ou depressão. Ao ser manifestada, a irritação joga para os outros pedaços de uma explosão. Se cada um reagir irritadamente a esses pedaços, vai-se estabelecer uma guerra. E todos terão de pagar pelos escombros.

Nossa, quanto coisa pra pensar não é? Dá até pra se irritar! Ter que pensar toda hora no que é mais adequado, no que traz menores sofrimentos para as pessoas, no que dá melhores resultados para que todos vivam felizes. Ufa!! Ninguém é de ferro para conseguir reagir sempre com a milenar sabedoria zen. Mas, se realmente quizermos viver melhor em sociedade, no lar, na vida a dois, acredite: vale a pena buscar um equilíbrio para conquistar esta tão desejada harmonia.

Se você anda exaltado melhor é se cuidar para proteger os outros da sua irritação e a si mesmo. Falando francamente: atualmente o tempo anda tão escasso e o prazer tão caro e difícil que ninguém quer desperdiçá-lo convivendo com os irritados.

Segue algumas dicas para mudar o rumo da irritação;

1. Procure descobrir as causas de sua irritação e tente mudar o rumo dos acontecimentos.

2. Procure uma nova saída para velhos hábitos irritantes.

3. Não alimente as irritações alheias.

Assim, em vez de escravos da irritação, aproveitamos dela para sermos mais sábios e felizes com as pessoas que amamos. Então, abaixa a irritação!!!


Aguarde "Abaixa a irritação - parte II.



Texto adaptado do livro - "Abaixo a irritação - como desarmar essa bomba-relógio na relacionamento familiar" de Içami Tiba.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dividindo tarefas com os filhos






Pais saudáveis preparam seus filhos para arcarem com as suas responsabilidades. Com o passar dos anos, os pais devem delegar à criança o poder de se cuidar. Isso é muito diferente de abandonar totalmente o filho para que ele se vire sozinho.


Nada é mais gratificante para a criança do que a sensação de ser capaz de realizar algumas coisas, principalmente quando o benefício é para ela mesma. Ela estampa no rosto um ar de vitória quando se veste sozinha, amarra o tênis, pega um copo de água. Cada realização para ela é um aprendizado.

O que caracteriza a auto-estima é a capacidade de gostar de si mesmo por conseguir realizar suas vontades e necessidades. Essa auto-estima difere da auto-estima gratuita, que provém do fato de ser amada por seus pais. Não adianta nada se sentir amada pelos pais se ela não se sentir capaz de merecer seu próprio elogio por ter sido capaz de satisfazer suas vontades e necessidades.

Cabe aos pais, delegar a criança tarefas que ela já é capaz de cumprir. O que ela aprendeu é dela. A mãe deveria ficar orgulhosa pelo seu crescimento, em vez de sentir-se lesada por não ser mais útil.
Então, a criança vai crescendo e as tarefas podem se tornar mais complexas na medida de suas capacidades. É importante se conscientizar que ela não tem a pressa do adulto para executar algo, afinal ela está aprendendo. Também lembrar que a perfeição não é algo que possa ser cobrado. Atropelar a criança transmite a ela a sensação de incapacidade.
A responsabilidade é consequência da confiança que a mãe depositou no filho para a realização de algo que lhe cabe naturalmente. A mãe reconhece a capacidade, passa a contar com a colaboração da criança e por sua vez esta incorpora a tarefa como sendo algo importante e bom.
Por exemplo: escovar os dentes sozinho, quanto mais a mãe permitir que o filho brinque com a escova, assumindo a tarefa de finalizar a limpeza dos dentes, tanto mais a criança terá prazer disso. Mas, escovar os dentes pode virar um castigo quando o adulto não tem paciência de esperar o fim da brincadeira. Pior ainda, se usar a escova de dentes como uma arma, que invade a boca da criança.


Os filhos maiores -Quando a mãe executa para o filho maior algo que ele já é capaz de executar sozinho, ele deixa de exercer sua capacidade e dentro de si registra a mensagem: "Eu sou capaz, mas porque vou fazer se minha mãe faz para mim".
O mecanismo da folga é, no começo, uma malandragem consciente que em pouco tempo se transforma em hábito. Com frequencia, a criança não se vê folgada. Sente-se, ao contrário, lesada quando a mãe deixa de fazer o que sempre fez por ela. Depois, passa a cobrar como fosse dever da mãe.

Rapidamente esta falta de limites começa se estender para outras áreas: tarefas escolares não cumpridas, desorganização de seus pertences, falta de cuidados com sua higiene pessoal, etc. Mais tarde na juventude, má administração financeira, desorganização, e descontrole de sua rotina.

O que fazer para reverter a situação?

É preciso uma reformulação familiar para se alterar este esquema. Enquanto houver quem se sufoque pelo folgado, sua folga será mantida.



Você pode ler mais sobre este tema no livro - "Disciplina: Limite na medida certa" de Içami Tiba